17.5.11

Olha o balão





17 Maio: Dia das Telecomunicações

Veio um balão, no sopro do vento. Trazia um fio pendurado e, na ponta do fio, um papel. O fio embaraçou-se na rama da pereira do quintal. Parou de viajar o balão. O Flávio, que estava a estudar, levantou os olhos do livro e olhou pela janela. O balão acenou-lhe, num cumprimento leve. "Alguém que o perdeu", pensou o Flávio. Ele, que já não era menino de andar de balão preso à mão, mesmo assim foi ver mais de perto. Talvez pensasse em deixar o balão ir outra vez pelo ar... Talvez pensasse em esvaziar o balão e guardá-lo para outra ocasião... O Flávio desceu ao quintal e trepou à pereira, que já o conhecia de equilibrismos mais antigos. Desembaraçou o fio e ia a largar o balão quando reparou no papel pendurado. E estava escrito. Que dizia ele? Em letra aplicada, alguém escrevera: Olá, amigo. Se leres este papel, não o deites fora nem o desprendas do balão. Larga outra vez o balão e deixa-o ir pelo ar, até chegar a outras mãos. Este balão gosta de viajar e de mostrar que temos amigos em qualquer lugar. É este o recado que o balão tem para dar, com um abraço de um Amigo desconhecido O Flávio libertou o balão e ficou a vê-lo subir, ultrapassar o muro do quintal e, num golpe do vento, mudar de direcção, sabe-se lá para onde. No dia seguinte, o Flávio comprou um balão. Para que seria? (A. Torrado)