28.4.11

Camões: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

25.4.11

Árvores, frutos, pássaros: uma história



Naquela quinta havia muitas árvores. Eram árvores de fruto. Também havia pássaros, grandes e pequenos, uns de bico amarelo, outros de bico encarnado, outros de bico lilás... E cinzentos de penas ou pretos ou castanhos... E de outras cores. Muitos pássaros, todos chilreantes. Não era para admirar. Os pássaros gostam das árvores, principalmente dos frutos. E as árvores também gostam dos pássaros. Naquela quinta só havia uma árvore sem pássaros e sem frutos. Era uma árvore triste. Sequinha de tristeza, despida de folhas, a árvore destoava, no meio daquele pomar frondoso. Sentia-se a mais, muito desolada, muito só, muito perdida. A infelicidade ela sabia o que era. Até que, uma noite, a árvore sonhou que se enchia de flores. Sonhou que se enchia de flores e que das flores nasciam pássaros. De que cor? De todas, até das cores que ainda não têm nome. A árvore sonhou que os pássaros coloridos voavam à volta dela, cantando e batendo as asas. Depois, cansados, os pássaros poisavam na árvore e transformavam-se em frutos. Frutos, já se vê, de todas as cores. Às vezes, as árvores tristes têm sonhos assim, sem explicação nem sentido. Mas o que depois sucedeu a esta árvore é que parece fantástico. Calculem que, no dia seguinte, quando acordou, a árvore estava, realmente, cheia de flores - as flores que anunciam os frutos, os frutos que chamam os pássaros... (de António Torrado)

24.4.11

Anda por aí um mosquito?

Era uma vez um mosquito que andava à procura de insecticida. Isto é: andava à procura, no dicionário, da palavra "insecticida". Tanto que o tinham prevenido: "Cuidado com os insecticidas! Não te chegues aos insecticidas! Não deixes que os insecticidas se cheguem a ti!" Mas não lhe tinham explicado mais. Sim, o que seria isso de insecticida? Ali estava, em letras mais pretas: "Insecticida - substância que destrói, que mata insectos." Alto lá! A coisa era grave, devia ser grave para os insectos, pobrezinhos. E, no fim de contas, o que queria dizer "insecto"? O mosquito era pouco versado em zoologia. A bem dizer, este mosquito era pouco versado numa quantidade de disciplinas - Zoologia, Biologia, Mecânica, Cartografia, Geometria Descritiva, Estatística, Logística, Balística... E também não falava francês. Como tal, não sabia o que queria dizer "insecto". Não estranhem. Se perguntarem a uma mosca, aposto que ela também não sabe. Nem as aranhas. Nem as melgas. Nem as baratas. Todas muito incultas. O mosquito, depois de ter encontrado "insecticida", foi procurar "insecto": animal in...ver...te...bra...do, de corpo ar...ticu...lado, provido de seis patas, que respira pela tra...queia e sofre meta...morfoses. Meta... quê? Tanta palavra esquisita. Primeiro: "invertebrado". Leu no dicionário: "que não tem vértebras". Pouco esclarecedor. E "vértebras"? O dicionário ensinava: "cada um dos ossos que constitui a coluna vertebral". Ossos? Isso não lhe dizia respeito. Ele não possuía ossos. Em contrapartida, tinha patas. Precisamente seis, como esses tais insectos. Coincidência interessante. Dar-se-ia o caso de...? Que grande novidade, se assim fosse! Leu outra vez: ... provido de seis patas, que respira pela traqueia... Nisto, atrás dele um som "pff!", seguido dum cheiro desmoralizador. O mosquito procurou afanosamente a palavra "traqueia", mas já não foi a tempo...

16.4.11

O ataque a Santarém: novo trabalho da TeaTroTeca



A primeira semana de interrupção de aulas (na Páscoa) foi a data marcada para o arranque dos ensaios do novo trabalho da TeaTroTeca - grupo de teatro escolar do A.E. Castro Marim - : O ataque a Santarém.


Este novo trabalho, a estrear em Maio, com passagem pelo Tearo Maria Matos, em Lisboa, apresenta duas visões do mesmo acontecimento; mouros e cristãos narram as suas versões do ataque a Santarém (1184).


Com a adaptação deste texto, a TeTroTeca foi uma das cinco vencedoras do prémio "Uma aventura literária... 2011 - modalidade teatro", promovido pela Editora Caminho.

9.4.11

SEMANA CULTURAL: saberes & sabores








Chegou ao fim a Semana Cultural "Saberes e Sabores", realizada pelo Agrupamento de Escolas de Castro Marim, entre 4 e 8 de Abril (2011). Vários saberes e sabores marcaram presença: artesanato, fantoches, música, etnografia, poesia, teatro, música, leitura, lendas, ciências, astronomia, matemática, feiras, exposições, desfiles, dança, ...

As fotografias aqui colocadas mostram algumas da actividades em que a biblioteca escolar participou: festival de fantoches, chuva de poesia, teatro, concurso nacional de leitura, lendas mouras, biblio paper, dança medieval.

Agora... uma pausa para a Páscoa. Regressamos com mais novidades e actividades em breve.


3.4.11

Chá das Letras encantou com poemas e magia


A E.B. 1 / J.I. de Altura realizou o Chá das Letras na passada sexta-feira, dia 1 de Abril.

Todos os alunos do 1º ciclo fizeram apresentações poéticas (foram lidos poemas de Álvaro Magalhães, JJ Letria, LD Soares e vários textos originais).

O serão foi enriquecido com a presença do cantor e poeta Afonso Dias que, mais uma vez, presenteou com belas palavras todos aqueles que encheram a sala. Os alunos que se destacaram nas sessões de leitura na biblioteca escolar e nos desenhos digitais receberam prémios.

O evento terminou com um excelente serviço de chá, bolos e biscoitos.

A Feira do Livro e as exposições poéticas ainda decorrem na escola até ao fim do período. Viva a magia, viva a poesia!

Semana Cultural


O Agrupamento de Escolas de Castro Marim vai organizar a Semana Cultural "Saberes e Sabores", de 4 a 8 de Abril de 2011.


Um semana com diversas actividades - do teatro às ciências, do desporto à poesia, dos fantoches à actividade física, das lenda à música - sempre acompanhadas com saberes e sabores do concelho.


Uma semana aberta à comunidade e a não perder!!!

2.4.11

EB 1 Castro Marim: Dia Internacional do Livro Infantil


A E.B. 1 de Castro Marim celebrou o Dia Internacional do Livro Infantil (a 1 de Abril).

Pelas salas das várias turmas, do 1º ao 4º ano, passaram histórias, fantoches, livros e poesia.

Um dia repleto de palavras... palavras que são magia e... fazem sonhar!