29.5.08

À conversa com...a professora Paula Pereira



Todos os encontros que aqui se realizaram foram gratificantes, no entanto, há aqueles que, por uma razão ou outra o são mais. Este foi um desses.
Chegou tímida. À margem confessou-nos o nervosismo. A inquietação.
Agradeceu o aplauso inicial, de forma sorridentemente acanhada e disse-nos a que vinha. Sabia-mo-lo, só desconheciamos a real dimensão que os livros têm na sua vida.
Começou, desde logo, com uma frase determinante: "Gosto de ler, sim, mas também gosto de livros. Do objecto livro." Depois guiou-nos pelas obras que marcaram a sua infância e adolescência, tendo referido A Fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos e Novos Contos da Montanha, de Miguel Torga, também O Malhadinhas, de Aquilino Ribeiro. Autores que a escola e a sua curiosidade lhe possibilitaram. Prosseguiu, destacando outros, agora de literatura estrangeira, permitindo-nos uma viagem por grandes nomes: Shakespeare, Kafka, Mary Shelley e Goethe. Também Hermann Hesse constava da sua selecção, infelizmente, condicionada pelo tempo, já não teve oportunidade de o referir.
Nesta altura, já esquecera a timidez, pautando a sua intervenção pela desenvoltura do discurso, que tão bem se coadunava com a expressão de um olhar que conseguiu cativar o grande número de espectadores que tinha à sua frente. Aliás, de referir que, de todos os encontros que a Biblioteca organizou, este foi, seguramente, aquele a que compareceu mais público.
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Dispomos apenas de trinta minutos para ouvir os nossos convidados. Sabe sempre a pouco, é certo, mas hoje, mais do que em qualquer outra sessão, esse sentimento foi mais acentuado.